Salicaceae

Casearia luetzelburgii Sleumer

Como citar:

Eduardo Fernandez; Eduardo Amorim. 2018. Casearia luetzelburgii (Salicaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

1.102.559,234 Km2

AOO:

124,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018), com ocorrência nos estados: BAHIA, municípios de Anguera (Cardoso 1965), Boa Nova (Thomas 12644), Cachoeira (Grupo Pedra do Cavalo 1015), Caturama (Conceição 2413), Formosa do Rio Preto (Ribeiro 45), Ibicoara (Melo 3662), Itatim (França 1446), Lajedinho (Guedes 30060), Milagres (França 2418), Morpará (Conceição 2309), Morro do Chapéu (Melo 5590), São Desidério (Santos 1739), São Gonçalo dos Campos (Batista 1422); ESPÍRITO SANTO, municípios de Santa Teresa (Demuner 1391); MINAS GERAIS, municípios de Itueta (Tameirão-Neto 2452), Januária (Salino 7612), Jaíba (Araújo-Filho 954); PARAÍBA, municípios de Lagoa Seca (Lourenço 131), Monteiro (von Luetzelgurg 12352); PERNAMBUCO, municípios de Araripina (Lima 368), Arcoverde (Pereira 2536), Caruaru (Reinaldo 154), Nazaré da Mata (Moraes 1345); RIO DE JANEIRO, municípios de Bom Jesus do Itabapoana (Rizzini 169), Campos dos Goytacazes (Souza 755), Niterói (Andreata 94), Rio de Janeiro (Peixoto 78), São Pedro da Aldeia (Farney 4901).

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2018
Avaliador: Eduardo Fernandez
Revisor: Eduardo Amorim
Categoria: LC
Justificativa:

Árvore de até 14 m, endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2018). Popularmente conhecida por pau-vidro e vidro-amarelo, foi coletada em Floresta Estacional Semidecidual e Vegetação Sobre Afloramentos Rochosos associados a Mata Atlântica dos estados da Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco e Rio de Janeiro. Apresenta distribuição ampla no leste do Brasil, EOO= 924448 km² e ocorrência em áreas com a presença de expressivos fragmentos florestais, além da presença confirmada em Unidades de Conservação de proteção integral. Aparentemente, não sofre pressão direta pelo corte seletivo e não possui uso conhecido documentado. Também encontra-se bem representada em coleções desde sua descrição formal. Por essas razões, portanto, C. luetzelburgii foi considerada como de Menor Preocupação (LC) neste momento. Estudos específicos sobre sua distribuição, números e tendências populacionais e impacto de potenciais pressões diretas devem ser conduzidos a fim de subsidiar uma avaliação de risco de extinção robusta no futuro e evitar assim sua inclusão em categoria de ameaça mais restritiva ante as constantes ameaças documentadas por toda a Mata Atlântica (SOS Mata Atlântica e INPE, 2018; Ribeiro et al., 2009; Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).

Último avistamento: 2016
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Não

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Espécie descrita em: Notizbl. Bot. Gart. Berlin-Dahlem 11: 955. 1934. Popularmente conhecida por pau-vidro e vidro-amarelo na Bahia (Marquete, R., Mansano, V.F., 2016. O gênero Casearia Jacq. no Brasil. Rev. Biol. Neotrop. 13, 69–249.; Marquete e Vaz, 2007).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido o valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados sobre a população.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: tree
Fenologia: perenifolia
Longevidade: perennial
Biomas: Mata Atlântica
Vegetação: Floresta Estacional Semidecidual, Vegetação sobre afloramentos rochosos
Fitofisionomia: Floresta Estacional Semidecidual
Habitats: 1.6 Subtropical/Tropical Moist Lowland Forest
Clone: unkown
Rebrotar: unkown
Detalhes: Árvore até 14 m de altura, ocorrendo na floresta estacional semidecidual com afloramento rochoso, sendo mais encontrada em baixas altitudes (Marquete and Mansano, 2016; Marquete e Vaz, 2007).
Referências:
  1. Marquete, R., Vaz, A.M.S.F., 2007. O gênero Casearia no estado do Rio de Janeiro, Brasil. Rodriguésia 58, 705–738.
  2. Marquete, R., Mansano, V.F., 2016. O gênero Casearia Jacq. no Brasil. Rev. Biol. Neotrop. 13, 69–249.

Reprodução:

Detalhes: A espécie foi coletada em flor nos meses de: janeiro (Moraes 1345), fevereiro (Pereira 2705), março (Lourenço 131), abril (Harley 55919), julho (Moraes 17), agosto (França 1778), outubro (França 2414), novembro (França 1459), dezembro (Grupo Pedra do Cavalo 1015); e em frutos no mês de: janeiro (Faria 5329), fevereiro (Ribeiro 45), agosto (Andreata 94), setembro (Demuner 1391), novembro (França 1446), dezembro (Araújo-Filho 954).
Fenologia: flowering (Jan~Apr), flowering (Jul~Aug), flowering (Oct~Dec), fruiting (Jan~Fev), fruiting (Aug~Sep), fruiting (Nov~Dec)
Estratégia: iteropara
Sistema sexual: hermafrodita
Sistema: unkown

Ameaças (3):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 1 Residential & commercial development habitat,mature individuals past,present,future national very high
Perda de habitat como conseqüência do desmatamento pelo desenvolvimento urbano, mineração, agricultura e pecuária representa a maior causa de redução na biodiversdade da Mata Atlântica. Estima-se que restem apenas entre 11,4% a 16% da vegetação original deste hotspot, e cerca de 42% da área florestal total é representada por fragmentos menores que 250 ha (Ribeiro et al., 2009). Os centros urbanos mais populosos do Brasil e os maiores centros industriais e de silvicultura encontram-se na área original da Mata Atlântica (Critical Ecosystem Partnership Fund, 2001).
Referências:
  1. Critical Ecosystem Partnership Fund (CEPF), 2001. Atlantic Forest Biodiversity Hotspot, Brazil. Ecosystem Profiles. https://www.cepf.net/sites/default/files/atlantic-forest-ecosystem-profile-2001-english.pdf (acesso em 31 de agosto 2018).
  2. Ribeiro, M.C., Metzger, J.P., Martensen, A.C., Ponzoni, F.J., Hirota, M.M., 2009. The Brazilian Atlantic Forest: How much is left, and how is the remaining forest distributed? Implications for conservation. Biol. Conserv. 142, 1141–1153.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2 Agriculture & aquaculture habitat,mature individuals past,present,future national high
Nas florestas litorâneas atlânticas dos estados da Bahia e Espírito Santo, cerca de 4% da produção mundial de cacau (Theobroma cacao L.) e 75% da produção brasileira é obtida no que é chamado localmente de "sistemas de cabruca". Neste tipo especial de agrossilvicultura o sub-bosque é drasticamente suprimido para dar lugar a cacaueiros e a densidade de árvores que atingem o dossel é significativamente reduzida (Rolim e Chiarello, 2004). De acordo com Rolim e Chiarello (2004) os resultados do seu estudo mostram que a sobrevivência a longo prazo de árvores nativas sob sistemas de cabruca estão sob ameaça se as atuais práticas de manejo continuarem, principalmente devido a severas reduções na diversidade de árvores e desequilíbrios de regeneração. Tais resultados indicam que as florestas de cabrucas não são apenas menos diversificadas e densas do que as florestas secundárias ou primárias da região, mas também que apresentam uma estrutura onde espécies de árvores dos estágios sucessionais tardios estão se tornando cada vez mais raras, enquanto pioneiras e espécies secundárias estão se tornando dominantes (Rolim e Chiarello, 2004). Isso, por sua vez, resulta em uma estrutura florestal drasticamente simplificada, onde espécies secundárias são beneficiadas em detrimento de espécies primárias (Rolim e Chiarello, 2004).
Referências:
  1. Rolim, S.G., Chiarello, A.G., 2004. Slow death of Atlantic forest trees in cocoa agroforestry in southeastern Brazil. Biodivers. Conserv. 13, 2679–2694.
Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.2 Ecosystem degradation 5.3 Logging & wood harvesting habitat,mature individuals past,present,future national very high
Dados publicados recentemente (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018) apontam para uma redução maior que 85% da área originalmente coberta com Mata Atlântica e ecossistemas associados no Brasil. De acordo com o relatório, cerca de 12,4% de vegetação original ainda resistem. Embora a taxa de desmatamento tenha diminuído nos últimos anos, ainda está em andamento, e a qualidade e extensão de áreas florestais encontrma-se em declínio contínuo há pelo menos 30 anos (Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018).
Referências:
  1. Fundação SOS Mata Atlântica e INPE, 2018. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica. Período 2016-2017. Relatório Técnico, São Paulo, 63p.

Ações de conservação (1):

Ação Situação
1 Land/water protection on going
A espécie foi registrada no Parque Naciona Cavernas do Peruaçu (Salino 7612) e na APA da Serra da Capoeira Grande (Peixoto 78).

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.